Sexta-feira 13: História, mito e medo — de onde vem essa superstição?

A sexta-feira 13 é cercada de mistério. Associada ao azar, infortúnio e acontecimentos inexplicáveis, essa data é temida por muitos, evitada por outros e comemorada por quem desafia superstições. Mas afinal, por que a sexta-feira 13 se tornou um símbolo global de má sorte? Nesta matéria, vamos mergulhar nas origens históricas, religiosas e culturais dessa crença, revelando como mitos, eventos reais e produções da cultura pop construíram uma das datas mais supersticiosas do mundo ocidental. 📅 A simbologia do número 13 Em várias culturas antigas, o número 12 é visto como símbolo de ordem e perfeição: 12 signos do zodíaco, 12 meses do ano, 12 horas do dia e da noite, 12 apóstolos de Cristo. O número 13 surge como quebra desse equilíbrio , um elemento extra que desorganiza a “completude” do 12. Na numerologia ocidental, ele passou a ser considerado um número desafortunado, rebelde ou fora do padrão . Acredita-se que essa visão tenha sido reforçada por mitos e lendas a...

🌎 22 de Abril de 1500: A Chegada dos Portugueses ao Brasil – Descoberta ou Invasão?

No dia 22 de abril de 1500, uma expedição portuguesa liderada por Pedro Álvares Cabral aportou em terras até então desconhecidas por eles. Esse dia, que marca oficialmente a chegada dos portugueses ao Brasil, é um dos marcos mais lembrados da nossa história — e também um dos mais debatidos.

Mas será que o Brasil foi mesmo “descoberto”? 

O que os portugueses buscavam? 

E como foi esse primeiro contato com os povos indígenas que já viviam aqui há milênios? 

Vamos viajar no tempo para entender melhor essa história que moldou o início da colonização do nosso país.


A Expedição de Pedro Álvares Cabral

Em março de 1500, uma frota com 13 navios e cerca de 1.200 homens saiu de Lisboa com destino às Índias, com o objetivo de firmar acordos comerciais e ampliar a presença portuguesa no Oceano Índico. O comandante da viagem era Pedro Álvares Cabral, um fidalgo da nobreza portuguesa.

Durante a viagem, a frota alterou sua rota para oeste, muito provavelmente de forma intencional, seguindo instruções secretas com base no Tratado de Tordesilhas, que dividia o mundo “descoberto e a descobrir” entre Portugal e Espanha.

Foi assim que, em 22 de abril de 1500, os portugueses avistaram uma grande formação de terra — o monte que hoje conhecemos como Monte Pascoal, na atual Bahia.


🧍🏽‍♂️🧍🏾‍♀️ O Primeiro Contato com os Povos Originários

Ao chegar, os portugueses encontraram um território vasto, coberto por matas e habitado por povos indígenas — especialmente os tupiniquins — que ali viviam há milhares de anos.

Esses povos não estavam esperando ser “descobertos”, porque já tinham suas culturas, idiomas, religiões, técnicas agrícolas, redes de comércio e formas de organização social. Estima-se que havia entre 2 e 5 milhões de indígenas no Brasil antes da chegada dos europeus.

O primeiro contato foi relativamente pacífico. Houve trocas de objetos, gestos de curiosidade mútua e até uma missa celebrada pelo frei Henrique de Coimbra, a primeira realizada em solo brasileiro.


📜 Carta de Caminha: o 'relato oficial'

Grande parte do que sabemos sobre esse momento vem da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão da expedição. Na carta enviada ao rei de Portugal, Caminha descreve com entusiasmo as belezas naturais, as riquezas da terra e os indígenas como “ingênuos” e “sem malícia”.

Esse relato, embora importante, é claramente escrito do ponto de vista europeu e reflete uma visão eurocêntrica, que vê o “outro” como exótico e inferior.


Descoberta ou Invasão?

Hoje, muitos historiadores preferem evitar o termo “descobrimento” e optam por expressões como “chegada dos portugueses” ou até “invasão”. Isso porque a ideia de “descobrir” ignora que o Brasil já era habitado por milhares de povos originários.

A chegada dos portugueses marcou o início de um longo processo de colonização, exploração e violência, que incluiu o extermínio de grande parte da população indígena, o tráfico de africanos escravizados e a exploração predatória da terra e dos recursos.


📅 Por que ainda se fala tanto em 22 de abril?

A data foi celebrada durante muito tempo como símbolo de orgulho nacional. Durante o Estado Novo de Getúlio Vargas, por exemplo, exaltava-se a figura dos “heróis descobridores”. Com o tempo, no entanto, as vozes dos povos indígenas, dos estudiosos e dos movimentos sociais passaram a questionar essa narrativa.

Hoje, 22 de abril é um momento de reflexão crítica: sobre o início da colonização, sobre as consequências históricas e sobre a valorização dos povos que já estavam aqui.

📌 Curiosidade histórica: por que 22 de abril não é feriado nacional?

Embora seja considerada a data oficial da chegada dos portugueses ao Brasil, o dia 22 de abril de 1500 não é feriado nacional. E isso tem razões históricas bem interessantes:

🧭 1. Durante muito tempo, a data foi ignorada.

Durante o período colonial e até boa parte do Império, o "descobrimento" não era motivo de festa. A atenção estava voltada para datas ligadas à Coroa portuguesa, como nascimentos de reis, ou à independência, como o 7 de setembro.

🧭 2. O Brasil moderno preferiu datas que marcam autonomia.

Feriados nacionais como o 7 de setembro (Independência) e 15 de novembro (Proclamação da República) celebram momentos de ruptura com Portugal. Já o 22 de abril remete ao início da colonização e do domínio europeu sobre os povos indígenas.

🧭 3. Getúlio Vargas tentou promover a data.

Durante o Estado Novo, o governo tentou destacar o 22 de abril como marco de identidade nacional, mas isso nunca foi oficializado como feriado. O povo já tinha outras datas como símbolos mais fortes da "brasilidade".

🧭 4. A visão crítica cresceu.

Com o tempo, a data passou a ser questionada. Hoje, muitos historiadores e educadores a veem como o início da invasão e da exploração colonial, e não como algo necessariamente a ser celebrado com festa.


📚 Em vez de um feriado, o 22 de abril pode ser um dia de reflexão histórica, sobre as origens do Brasil, a diversidade dos povos originários e o impacto da colonização.


🧠 O Que Podemos Aprender com Essa Data?

Mais do que celebrar um “descobrimento”, o 22 de abril deve ser uma oportunidade de:

✔️ Refletir sobre o impacto da colonização;
✔️ Reconhecer a diversidade dos povos indígenas e suas contribuições;
✔️ Debater como a História é contada e para quem ela é contada.


✍️ E você, o que pensa sobre o 22 de abril?

Você acha que devemos continuar chamando de "descobrimento"? 

Como essa data deve ser tratada nas escolas e nos meios de comunicação?

Deixe seu comentário aqui no blog! Vamos construir uma visão mais ampla e consciente da nossa história. 📚🇧🇷



Para saber mais...

Verifique as fontes na página de referências bibliográficas.

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