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19 junho, 2023

O Período Entreguerras: Um Olhar sobre os Principais Acontecimentos no Brasil e no Mundo

Bem-vindos, caros leitores, a mais uma viagem no tempo por meio da história! Hoje, adentraremos o fascinante período entreguerras, situado entre as duas Grandes Guerras Mundiais. Esse momento singular na história da humanidade foi marcado por profundas transformações políticas, sociais e econômicas em todo o mundo. No Brasil, não foi diferente. Neste artigo, exploraremos os principais eventos desse período turbulento e como eles moldaram o contexto global e nacional. Vamos embarcar nessa jornada?

O Período Entreguerras no Mundo

Após a devastação da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o mundo ansiava por paz e estabilidade. Contudo, as consequências desse conflito estenderam-se além das batalhas, deixando uma Europa arrasada e desiludida. As potências vitoriosas impuseram duras sanções ao derrotado Império Alemão, contribuindo para o surgimento de um clima de revanchismo e ressentimento.

Enquanto isso, surgiam novas ideologias e movimentos políticos que ganhavam força, como o fascismo na Itália, liderado por Benito Mussolini, e o nazismo na Alemanha, liderado por Adolf Hitler. A crise econômica de 1929, conhecida como a Grande Depressão, agravou ainda mais as tensões globais, desencadeando um colapso financeiro e desemprego em massa.

Em meio a esse contexto, ocorreram eventos marcantes, como a Revolução Russa de 1917, que estabeleceu o primeiro Estado socialista do mundo, a ascensão do comunismo na China e a consolidação do poder de Josef Stalin na União Soviética. Além disso, a Liga das Nações foi criada como uma tentativa de preservar a paz e evitar conflitos futuros. Entretanto, a incapacidade de solucionar os desafios enfrentados levou à sua eventual falência.

O Período Entreguerras no Brasil

No Brasil, o período entreguerras também foi marcado por transformações significativas. O país vivenciou um processo de industrialização acelerada, impulsionado pela exportação de produtos agrícolas e pela influência das ideias do desenvolvimentismo. Getúlio Vargas, um dos principais líderes políticos da época, assumiu a presidência em 1930 e estabeleceu um governo autoritário, conhecido como Era Vargas.

Durante o governo de Vargas, ocorreram importantes eventos, como a Revolução Constitucionalista de 1932, movimento armado que buscava a elaboração de uma nova Constituição e a autonomia dos estados. Outro marco relevante foi a criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em 1943, que estabeleceu direitos trabalhistas e regulamentou as relações laborais.

No âmbito das relações internacionais, o Brasil também teve seu papel. O país participou da Liga das Nações e, posteriormente, da criação da ONU (Organização das Nações Unidas) em 1945. O Brasil se posicionou como uma nação em busca de maior participação no cenário internacional, engajando-se em debates e negociações para promover a paz e a cooperação entre as nações.

Conclusão

O período entreguerras foi um capítulo fundamental da história mundial, moldado por conflitos, transformações sociais e avanços tecnológicos. Tanto no Brasil quanto no mundo, as cicatrizes deixadas pela Primeira Guerra Mundial e a turbulência política e econômica que se seguiu criaram as condições para o surgimento de regimes totalitários e uma nova ordem mundial.

No entanto, o período também semeou as sementes para futuras mudanças e progressos. A busca por uma paz duradoura levou à criação de organizações internacionais, como a Liga das Nações e a ONU, que buscavam a cooperação entre os países e a resolução pacífica de conflitos.

No Brasil, a Era Vargas e o avanço da industrialização marcam uma importante transição econômica e social, refletindo-se nas leis trabalhistas e no fortalecimento do país como ator internacional.

Ao compreender e refletir sobre o período entreguerras, somos lembrados da importância de aprender com os erros do passado e trabalhar juntos para construir um futuro de paz, justiça e progresso. A história nos ensina que mesmo nos momentos mais sombrios, há sempre a esperança de um novo amanhecer.


Fontes:

HOBBSBAWM, Eric. A era dos extremos: O breve século XX (1914-1991). São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

MARWICK, Arthur. The nature of history. 3rd ed. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2001.

SKIDELSKY, Robert. Keynes: O retorno do mestre. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2011.

CARONE, Edgar. A república velha. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1975.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 14. ed. São Paulo: EDUSP, 2006.

SODRÉ, Nelson Werneck. História militar do Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1965.

FRANCO, Francisco de Assis. História geral da civilização brasileira. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 22, n. 43, p. 191-215, 2002.

17 junho, 2023

Europa e EUA na década de 1920: Uma Era de Mudanças e Contrastes

Nova Iorque no início do séc. 20 

A década de 1920 foi uma época de grande transformação tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. Após os terríveis eventos da Primeira Guerra Mundial, as sociedades estavam ansiosas por mudanças e buscavam uma nova visão de mundo. Neste artigo, vamos explorar as principais características dessa década fascinante e contrastante em ambos os continentes.

Os "Loucos Anos 20" nos Estados Unidos

Nos Estados Unidos, a década de 1920 ficou conhecida como os "Loucos Anos 20" devido ao ambiente de otimismo e prosperidade econômica que prevalecia. A economia americana estava em ascensão, impulsionada pela industrialização em massa e pelo aumento do consumo. O país passou por um período de grande urbanização, com muitas pessoas migrando para as cidades em busca de trabalho.

A cultura popular também passou por uma revolução. O jazz emergiu como um estilo musical vibrante, trazendo uma nova forma de expressão artística. As pessoas desfrutavam de danças animadas, como o charleston, nos salões de baile. O cinema também ganhou destaque, com o surgimento das primeiras estrelas de Hollywood.

Josephine Baker dançando o charleston
em 1926.

A Belle Époque e os Anos de Entreguerras na Europa

Enquanto os Estados Unidos viviam uma era de prosperidade, a Europa enfrentava desafios após a devastação da Primeira Guerra Mundial. No entanto, também houve momentos de esperança e renovação durante a década de 1920.

A Belle Époque, termo que significa "bela época" em francês, foi um período de relativa estabilidade e prosperidade nas décadas anteriores à guerra. Apesar da guerra, a Europa viu o surgimento de movimentos artísticos como o cubismo, o dadaísmo e o surrealismo, que buscavam romper com as convenções tradicionais e explorar novas formas de expressão.

No entanto, a reconstrução pós-guerra foi difícil. Muitos países europeus enfrentaram instabilidade política, inflação e dificuldades econômicas. A Alemanha, em particular, foi afetada pelo Tratado de Versalhes e pela crise econômica, o que levou à ascensão do nacional-socialismo.

Contrastes sociais e mudanças de valores

Tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, a década de 1920 foi marcada por mudanças sociais significativas. Nos EUA, as mulheres conquistaram o direito ao voto com a aprovação da 19ª Emenda à Constituição em 1920, o que representou uma vitória importante para o movimento sufragista.

Na Europa, as mulheres também buscavam igualdade de direitos, mas os avanços eram mais lentos. No entanto, algumas mulheres europeias começaram a desafiar as normas de gênero, adotando cortes de cabelo curtos e roupas mais ousadas.

Norma Talmadge - foi uma das estrelas de
cinema mais elegantes e glamourosas dos
loucos anos vinte que adotou o corte de
cabelo curto.

Além disso, a década de 1920 testemunhou uma mudança nos valores sociais. Os jovens buscavam liberdade e diversão, desafiando as restrições tradicionais.

No entanto, essas mudanças também revelaram contrastes sociais e desigualdades. Enquanto alguns desfrutavam dos benefícios da prosperidade econômica, outros enfrentavam dificuldades e desigualdades sociais. A década de 1920 testemunhou uma lacuna cada vez maior entre ricos e pobres, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa.

Esses contrastes sociais e mudanças de valores revelam a complexidade desse período histórico. Enquanto algumas pessoas abraçavam a modernidade e buscavam um estilo de vida mais livre, outras resistiam às mudanças e se apegavam a tradições e valores conservadores.


Conclusão

Em última análise, a década de 1920 foi uma era de transformações sociais profundas, onde as sociedades europeias e americanas buscavam se reinventar após a devastação da Primeira Guerra Mundial. As mudanças de valores, os avanços nas lutas pelos direitos das mulheres e os contrastes sociais são elementos essenciais para compreendermos o espírito de uma época que deixou um legado duradouro e influenciou o rumo da história nos anos subsequentes.


Fontes:
Lindop, Edmund. "A América na década de 1920." Oxford University Press, 2010.
Renshaw, Patrick. "Uma Guerra para Recordar: A Revolução Social dos Anos 1920 na América." Createspace Independent Publishing Platform, 2017.
Hewitson, Mark. "A Era da Revolução na Europa: 1848-1951." Yale University Press, 2002.
Fitzgerald, F. Scott. "O Grande Gatsby." Scribner, 2004.
Allen, Ann Taylor. "Mulheres e Gênero na Europa do Século XX." Palgrave Macmillan, 2008.

30 janeiro, 2023

O Nazismo na Alemanha: Uma Visão Histórica para o Ensino Fundamental

Hitler na declaração de guerra contra os Estados Unidos
no Reichstag, em 11 de dezembro de 1941.

O período do nazismo na Alemanha é um tema importante e delicado quando se estuda a história do século XX. Compreender os eventos que ocorreram durante esse período é essencial para que possamos aprender com os erros do passado e construir um futuro melhor. Neste artigo, abordaremos o nazismo na Alemanha de forma adequada para o público do ensino fundamental, oferecendo uma visão histórica que promova o conhecimento e a conscientização sobre esse período sombrio.

(As # indicam sugestões para professores e/ou apresentações escolares realizadas por alunos)

O que foi o nazismo

O nazismo foi um movimento político liderado por Adolf Hitler que surgiu na Alemanha durante a década de 1920. O partido nazista tinha uma ideologia baseada no nacionalismo extremo, no antissemitismo e na crença na superioridade da raça ariana. Hitler chegou ao poder em 1933 e implementou uma ditadura totalitária, estabelecendo o Terceiro Reich.

Ascensão do nazismo

Após a devastação da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha enfrentava desafios econômicos, políticos e sociais significativos. A população estava descontente com o Tratado de Versalhes, que impôs pesadas reparações e restrições ao país. Nesse cenário de instabilidade, o partido nazista encontrou terreno fértil para o seu crescimento. Adolf Hitler utilizou habilmente a propaganda e estratégias de manipulação para conquistar o apoio popular. Explorando o sentimento de frustração e humilhação do povo alemão, ele culpou os judeus por todos os problemas do país, retratando-os como bodes expiatórios. Essa retórica antissemita encontrou ressonância entre uma parte da população, que buscava um líder forte para restaurar a grandeza da nação e promover uma suposta pureza racial.

#Explique como a Alemanha, após a Primeira Guerra Mundial, estava enfrentando desafios econômicos, políticos e sociais. Isso criou um ambiente favorável para o crescimento do partido nazista. Fale sobre a propaganda e as estratégias de Hitler para conquistar o apoio popular, incluindo a perseguição aos judeus como bodes expiatórios para os problemas do país.


Políticas e eventos importantes

Durante o período do nazismo na Alemanha, várias políticas e eventos importantes deixaram marcas indeléveis na história. A implementação das infames Leis de Nuremberg, em 1935, foi um marco crucial, pois discriminava os judeus, privando-os de seus direitos básicos e excluindo-os da sociedade alemã. Além disso, a Noite dos Cristais, ocorrida em novembro de 1938, resultou em ataques generalizados contra a comunidade judaica, com a destruição de sinagogas, lojas e prisões em massa. Esses eventos trágicos evidenciaram a intensificação da perseguição aos judeus e a violência impulsionada pelo regime nazista. A censura rigorosa e a propaganda incessante foram utilizadas como ferramentas para controlar a narrativa e influenciar a população, garantindo a disseminação da ideologia nazista e a manutenção do poder do partido. Essas políticas e eventos demonstram a gravidade das violações dos direitos humanos e o impacto devastador do nazismo na sociedade alemã e além.


#Destaque algumas das políticas e eventos mais significativos durante o período nazista, como a implementação das Leis de Nuremberg, que discriminavam os judeus, e a Noite dos Cristais, um ataque generalizado contra a comunidade judaica. Aborde também a censura, a perseguição a grupos considerados "indesejáveis" e a propaganda nazista que influenciava a população.


A Segunda Guerra Mundial


As políticas expansionistas de Adolf Hitler desempenharam um papel crucial na eclosão da Segunda Guerra Mundial. O objetivo principal de Hitler era expandir o domínio territorial alemão e estabelecer uma supremacia global. A Alemanha nazista invadiu uma série de países, desencadeando uma onda de agressões e anexações. Destacam-se a ocupação da Áustria, a anexação da região dos Sudetos na Tchecoslováquia e a invasão da Polônia em 1939, que marcou o início do conflito. A guerra afetou profundamente a vida das pessoas, resultando em devastação, morte e deslocamento em massa. As atrocidades cometidas pelos nazistas, como os campos de concentração e extermínio, aterrorizaram o mundo e deixaram um legado sombrio. Durante o conflito, a Alemanha nazista estabeleceu uma aliança com a Itália fascista de Benito Mussolini e o Japão imperialista, formando o chamado Eixo. Essa aliança tinha como objetivo compartilhar recursos e apoiar-se mutuamente em suas ambições expansionistas, ampliando ainda mais a escala e a complexidade da guerra. A Segunda Guerra Mundial teve um impacto devastador em escala global, causando enormes perdas humanas e alterando o curso da história de maneira irreversível.


#Explique como as políticas expansionistas de Hitler levaram à eclosão da Segunda Guerra Mundial. Destaque os países invadidos pela Alemanha nazista e como a guerra afetou a vida das pessoas. Fale sobre a aliança com a Itália fascista e o Japão imperialista, formando o Eixo.


O Holocausto

O Holocausto é um capítulo sombrio da história que não pode ser ignorado. Durante o período do nazismo, os judeus foram alvo de uma perseguição implacável, resultando na morte de milhões de vidas inocentes. Além dos judeus, outras vítimas, como ciganos, pessoas com deficiência, homossexuais e dissidentes políticos, também sofreram nas mãos dos nazistas. Os campos de concentração e extermínio, como Auschwitz, Sobibor e Treblinka, testemunharam atrocidades indescritíveis, onde milhões foram sistematicamente assassinados. É fundamental abordar essa tragédia com sensibilidade e respeito, destacando a importância de nunca esquecer as vítimas e suas histórias. Ao promover a tolerância e o respeito às diferenças, podemos construir um mundo onde atrocidades como o Holocausto jamais se repitam. É nosso dever honrar a memória das vítimas, preservar a verdade histórica e trabalhar para criar uma sociedade mais justa, inclusiva e compassiva.


#Embora delicado, é importante abordar o Holocausto. Explique de forma sensível como os nazistas perseguiram e assassinaram milhões de judeus, além de outras vítimas, em campos de concentração e extermínio. Reforce a importância de nunca esquecer essa tragédia e promova a tolerância e o respeito às diferenças.


Fim do nazismo e suas consequências

O jornal das forças armadas americanas,
o Stars and Stripes, em 2 de maio de 1945,
anunciando a morte de Hitler.

O declínio do nazismo e a derrota da Alemanha nazista pelas forças aliadas marcaram o fim de um dos períodos mais sombrios da história. Após a Segunda Guerra Mundial, os líderes nazistas foram julgados nos famosos Julgamentos de Nuremberg, onde foram responsabilizados por seus crimes contra a humanidade. Esses julgamentos representaram um marco importante no estabelecimento da responsabilidade individual por atrocidades em larga escala. O mundo aprendeu com os horrores do nazismo, reconhecendo a necessidade de proteger os direitos humanos e promover a justiça. A Alemanha, por sua vez, empreendeu esforços significativos para se reconciliar com seu passado sombrio. Adotou políticas de denazificação, promoveu a educação sobre o Holocausto e estabeleceu monumentos e museus em memória das vítimas. Esse processo de enfrentamento e reflexão tem sido fundamental para garantir que as gerações futuras compreendam os perigos do extremismo e trabalhem em direção a um mundo mais justo e pacífico. A experiência do nazismo e suas consequências trágicas reforçam a importância de nunca esquecer e estar sempre vigilantes contra a intolerância e o ódio.

#Fale sobre o declínio do nazismo e a derrota da Alemanha nazista pelas forças aliadas. Destaque os Julgamentos de Nuremberg, em que líderes nazistas foram responsabilizados por seus crimes. Explique como o mundo aprendeu com os horrores do nazismo e como a Alemanha se esforçou para se reconciliar com seu passado sombrio.


Conclusão

O nazismo na Alemanha foi um dos períodos mais sombrios da história da humanidade. Ao estudar e compreender esse período, podemos aprender lições valiosas sobre os perigos do extremismo, do ódio e da intolerância. É essencial que os estudantes tenham acesso a uma visão histórica adequada sobre o nazismo, para que possam desenvolver uma consciência crítica e promover valores de respeito, diversidade e igualdade.


Confira a explicação no episódio do podcast/vídeo do AH! Agentes da História sobre O Nazismo na Alemanha.

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Prezados professores,

Ao abordar o nazismo no contexto do ensino fundamental, é importante adaptar o conteúdo de maneira sensível e ajustada para a faixa etária dos alunos, mantendo o equilíbrio entre a transmissão dos fatos históricos e cuidado para não traumatizar ou assustar as crianças. O objetivo principal é fornecer uma compreensão básica do que aconteceu durante esse período sombrio da história, enfatizando a importância de defender a paz, a tolerância e o respeito mútuo.

Ao aprender sobre o nazismo, as crianças podem desenvolver habilidades críticas de análise, empatia e compreensão das consequências de ideologias extremistas. Dessa forma, elas estarão melhor preparadas para construir um futuro mais justo e inclusivo, onde a diversidade e o respeito às diferenças sejam valorizados.

Portanto, é crucial que o ensino fundamental aborde o nazismo na Alemanha de forma adequada, equilibrando a complexidade do assunto com a sensibilidade necessária para transmitir conhecimento histórico e incentivar valores de paz, tolerância e respeito aos direitos humanos. Somente assim estaremos confiantes para a formação de cidadãos conscientes e comprometidos com a construção de um mundo melhor.

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Fontes:
Shirer, William L. A Ascensão e Queda do Terceiro Reich. Nova York: Simon & Schuster, 1990.
Kershaw, Ian. Hitler: Uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
Rees, Laurence. O Holocausto: Uma Nova História. São Paulo: Editora Record, 2019.
Fest, Joaquim C. Hitler. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
Evans, Richard J. O Terceiro Reich no Poder. São Paulo: Planeta do Brasil, 2005.
Browning, Christopher R. Homens Comuns: Batalhão de Polícia de Reserva 101 e a Solução Final na Polônia. Nova York: Harper Perennial, 1998.
Tusa, Anne e Tusa, John. Os Julgamentos de Nuremberg. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
Weitz, Eric D. A Alemanha de Weimar: A República de Todos os Dias. São Paulo: Editora Unesp, 2019.
Mazower, Marcos. O Império de Hitler: Como os nazistas governaram a Europa. Londres: Penguin Books, 2009.
HETT, Benjamin Carter. O Nazismo: A Ascensão do Mal. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2011.

28 outubro, 2022

A ascensão do fascismo na Itália: uma lição histórica

Benito Mussolini dando um discurso em Milão em 1930.
Fonte: Bundesarchiv.

Olá, queridos leitores! Hoje vamos explorar um capítulo importante da história italiana: a ascensão do fascismo na Itália. Esse movimento político teve um impacto significativo não apenas na Itália, mas também no mundo todo. Vamos dar uma olhada mais de perto nessa história e entender como o fascismo se estabeleceu no país.

O contexto pós-Primeira Guerra Mundial

Após a Primeira Guerra Mundial, a Itália enfrentou uma série de desafios. Muitos italianos estavam descontentes com a forma como o país foi tratado após o conflito, sentindo que suas demandas não foram atendidas. Além disso, a economia italiana estava em crise, com altos índices de desemprego e inflação. Esses problemas criaram um ambiente propício para o surgimento de movimentos políticos radicais, como o fascismo.

O líder: Benito Mussolini

O principal líder do movimento fascista na Itália foi Benito Mussolini. Ele fundou o Partido Nacional Fascista em 1921 e rapidamente ganhou popularidade, prometendo restaurar a glória da Itália e combater a crise econômica. Mussolini era um orador carismático e usava técnicas de propaganda para conquistar seguidores. Com o passar do tempo, ele consolidou seu poder e se tornou o ditador da Itália.

Características do fascismo

O fascismo é um movimento político autoritário que valoriza o nacionalismo extremo, a supressão de oposição política e a exaltação do líder. Na Itália, o fascismo promovia a ideia de que o Estado estava acima dos interesses individuais, e os cidadãos deveriam se submeter ao Estado. O regime fascista também controlava a mídia e a educação para disseminar sua ideologia.

Impacto na sociedade italiana

Sob o regime fascista, a Itália passou por grandes mudanças. O Estado aumentou sua influência sobre a economia, implementando políticas de planejamento centralizado. O governo também reprimiu a oposição política, controlando a imprensa e perseguindo dissidentes. Além disso, os direitos civis foram restringidos, e a discriminação contra minorias foi incentivada.

A queda do fascismo

A Itália fascista durou até o fim da Segunda Guerra Mundial, quando Mussolini foi deposto e o regime chegou ao seu fim. O fascismo foi desacreditado pelos horrores da guerra e pelas atrocidades cometidas pelo regime. Após a guerra, a Itália passou por um processo de reconstrução e adotou uma nova constituição democrática.

Conclusão

A ascensão do fascismo na Itália é um episódio sombrio da história, mas é importante estudá-lo para entendermos como movimentos extremistas podem surgir e se fortalecer em tempos de crise. A Itália aprendeu com essa experiência dolorosa e hoje é uma democracia vibrante. É fundamental lembrar dessa história e valorizar os princípios democráticos para que tais eventos não se repitam. 

Confira a explicação no episódio do podcast/vídeo do AH! Agentes da História sobre O Fascismo na Itália


Fonte:

Paxton, RO (2004). A Anatomia do Fascismo. Alfred A. Knopf. 

De Grand, AJ (2000). Itália fascista e Alemanha nazista: o estilo de governo 'fascista'. Routledge.

Kallis, AA (2003). Ideologia fascista: território e expansionismo na Itália e na Alemanha, 1922-1945. Routledge.

Lyttelton, A. (2002). A tomada do poder: o fascismo na Itália, 1919-1929. Routledge.

28 fevereiro, 2022

Revolução Francesa

 A Revolução Francesa, pelo seu simbolismo e sua importância histórica, foi o acontecimento que marcou a transição do mundo moderno para o contemporâneo. 

Vejamos as razões do status histórico atribuído a esse movimento:

Além de se constituir numa das três maiores nações do mundo no século XVIII, em população, poderio econômico e militar, a França representava o que havia de mais emblemático e estrutural da Modernidade: o Antigo Regime

Com uma intervenção sistemática e rigorosa do Estado na economia, o mercantilismo, a despeito de ter propiciado uma riqueza exorbitante à França, tornou-se enorme entrave ao potencial econômico burguês. Por outro lado, os gastos da monarquia, sustentados pelo povo por meio de pesados impostos desde os tempos de Luis XIV, o “Rei-Sol” (1638-1715), tornaram-se insuportáveis. 

Constituída por uma população entre 25 e 30 milhões de pessoas, e dividida ainda em estamentos medievais, a sociedade francesa era uma das mais desiguais da Europa.

O Terceiro-Estado carregando o Primeiro e o Segundo Estados
nas costas

O clero (Primeiro Estado) e a nobreza (Segundo Estado), juntos, compunham apenas 3% do povo

A imensa maioria da população – burgueses, camponeses e sans-culottes (camada social composta por artesãos, aprendizes, operários, trabalhadores livres, pequenos proprietários, entre outros segmentos) – pertencia ao Terceiro Estado

A estrutura econômica agrária e as relações sociais, ainda de tradição feudal, inviabilizavam a produção agrícola. Tais fatores, somados a um período de problemas climáticos, trouxeram fome a milhões de homens e mulheres, fadados à morte. 

Em 1788, para tentar resolver a crise do país, o rei convocou a Assembleia dos Estados Gerais (o Parlamento francês). Aproveitando o momento e o apoio popular, o Terceiro Estado passou a exigir a votação por cabeça e não por estado, como se fazia até então. É que, dessa forma, conseguindo apoios de parlamentares dissidentes da nobreza e do clero, poderia aprovar leis e medidas de seu interesse. 

O encontro da Assembleia dos Estados Gerais em 5 de maio de 1789 em Versalhes.

Diante da discordância do clero e da nobreza sobre a proposta de votação individual, em 17 de junho de 1789, os parlamentares do Terceiro Estado se declararam em Assembleia Nacional Constituinte, assumindo a tarefa de elaborar uma Constituição para a França. Essa “desobediência” acabou por assinalar, alegoricamente, o fim do absolutismo, por ser uma afronta direta ao poder de Luís XVI

De fato, em 14 de julho de 1789, uma multidão invadiu a Bastilha, prisão-símbolo do absolutismo, libertando prisioneiros políticos e tomando as armas da fortaleza. Esse episódio assinala o dia da Revolução Francesa

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão


Os privilégios feudais e os estamentos foram suprimidos, e os revolucionários instauraram a república no país. Foi elaborada também a Declaração dos direitos do homem, documento que inspirou muitos movimentos em todo o mundo. 

O movimento revolucionário durou dez anos e passou por algumas fases, revezando o comando da Revolução entre os conservadores, os moderados e os mais radicais. 

Em 1792, na etapa de governo da Convenção, Luís XVI, que tentara fugir e armar uma invasão ao país com apoio de tropas estrangeiras, foi julgado por traição à pátria, condenado à morte e executado na guilhotina

A fase das reformas estruturais (agrária, eleitoral, educacional, entre outras) se deu durante o governo dos jacobinos (formado por representantes do povo e da pequena burguesia), os mais radicais entre os grupos do Parlamento, composto também pelos girondinos (alta e média burguesia) e pelo pântano (oportunistas que mudavam de posições de acordo com a conveniência do momento político). 

A posição física em que cada um desses grupos se reunia no Parlamento acabou por designar as tendências políticas ainda hoje citadas para caracterizar movimentos, grupos e partidos políticos. Os jacobinos ocupavam a esquerda e o setor mais alto do plenário, por isso eram chamados também de “montanha”; os girondinos reuniam-se à direita; o grupo do pântano situava-se na parte mais baixa e central do Parlamento. 

Foi no período da Convenção que se instaurou o momento mais violento, conhecido como fase do Terror. Cerca de 40 mil pessoas consideradas traidoras da revolução foram guilhotinadas, inclusive revolucionários jacobinos, como Danton. Por fim, moderados e conservadores, por meio de um golpe de estado, assumem o controle revolucionário em 1793. Eles acabam com o Terror e anulam as principais reformas jacobinas, afastando as massas do poder e beneficiando a classe burguesa.  

Em 9 de novembro de 1799, Napoleão Bonaparte, líder do exército francês, promoveu uma manobra político-militar, conhecida como o Golpe do 18 Brumário, e assumiu o poder na França. Apoiado pela alta burguesia, tornou-se cônsul vitalício e, em 1802, proclamou-se imperador do país. Tornou-se um déspota

O seu governo lembrou os velhos tempos do absolutismo em muitos aspectos. Mas Napoleão exercia o poder a favor da burguesia e não mais do clero e da nobreza como fazia a monarquia no tempo dos estamentos. 

O golpe de Napoleão pôs fim à Revolução Francesa, mas não aos seus ideais, que inspiraram os principais movimentos revolucionários ocorridos no mundo até o século XIX. De oprimida e rebelde, a burguesia, à medida que promovia suas revoluções e se configurava como classe internacional, foi se tornando cada vez mais contrarrevolucionária, visto que conseguira se estabelecer definitivamente no poder. Para ela, as mudanças agora deveriam acontecer de forma lenta e pacífica.

Execução de Luís XVI. A cabeça do rei é exibida ao povo, como se costumava
fazer com todos os executados.

27 agosto, 2021

Nazismo na Alemanha


Podcast - AH! Agentes da História - Episódio 10.
Tema: O Nazismo na Alemanha.

Neste episódio você encontrará informações sobre:
- A situação da Alemanha após a Primeira Guerra Mundial;
- O que é Nazismo e como surgiu;
- A ascensão do Nazismo na Alemanha;
- Principais características da ideologia nazista;
- Biografia resumida: Adolf Hitler.

04 agosto, 2021

Crise de 1929 e seus efeitos no Brasil

A crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi a maior crise financeira da história dos Estados Unidos. Teve início em 1929 e durou cerca de uma década. O dia 24 de outubro de 1929 é considerado popularmente o início da Grande Depressão.        
A Grande Depressão é considerada o pior e o mais longo período de recessão econômica do sistema capitalista do século XX. Este período de depressão econômica causou: 

  • quedas drásticas do produto interno bruto de diversos países;
  • quedas drásticas na produção industrial;
  • queda de 50% do salário médio no setor industrial;
  • altas taxas de desemprego; 
  • queda nas exportações;
  • drástica diminuição de empréstimos internacionais;
  • falência de milhares de empresas e instituições bancárias;
  • queda dos preços de ações;
  • milhões de pessoas perderam o patrimônio investido na bolsa;
  • pessoas se suicidaram.
A Crise de 1929 foi precipitada pela quebra da bolsa de valores de Nova York, em 29 de outubro daquele ano, conhecido como "Quinta-Feira Negra". O colapso do mercado de ações foi apenas o gatilho para uma série de eventos que revelaram as fragilidades do sistema econômico da época. A especulação desenfreada, o excesso de endividamento, a desigualdade social e a falta de regulamentação financeira foram alguns dos fatores que contribuíram para a crise.

Como resultado, a economia dos Estados Unidos mergulhou em uma profunda recessão. O desemprego disparou, chegando a atingir mais de 25% da força de trabalho. As empresas faliram, os agricultores perderam suas terras e muitas pessoas perderam suas economias. O impacto foi sentido em todo o mundo, pois o comércio internacional foi afetado, levando a uma desaceleração econômica global.

Foi nesse contexto desolador que o presidente Franklin D. Roosevelt assumiu o cargo em 1933 e lançou o New Deal. O New Deal foi um programa abrangente de reformas e medidas de estímulo econômico que buscavam combater os efeitos da Grande Depressão e estabilizar a economia dos Estados Unidos. Foi baseado em três pilares principais: recuperação econômica, reformas financeiras e assistência social.

No que diz respeito à recuperação econômica, o New Deal implementou uma série de programas e políticas voltados para a criação de empregos e a revitalização da indústria. Obras públicas foram financiadas para gerar empregos, como a construção de estradas, pontes e edifícios governamentais. Além disso, foram estabelecidas agências como a Administração de Obras Públicas (Public Works Administration) e a Corporação de Reconstrução Financeira (Reconstruction Finance Corporation) para fornecer empréstimos e apoio financeiro às empresas em dificuldades.

Em termos de reformas financeiras, o New Deal introduziu regulamentações mais rigorosas para evitar excessos e abusos no setor financeiro. Foi criada a Comissão de Valores Mobiliários (Securities and Exchange Commission) para supervisionar o mercado de capitais, bem como a Lei de Reforma Bancária (Banking Act), que estabeleceu o seguro federal de depósito e restringiu as atividades especulativas dos bancos.

Por fim, o New Deal também abordou a questão da assistência social, criando programas de seguro-desemprego, pensões para aposentados e benefícios para pessoas com deficiência. O objetivo era fornecer uma rede de segurança para os cidadã.

Como ficou a situação do Brasil?

A crise de 1929 afetou também o Brasil. Os Estados Unidos eram o maior comprador do café brasileiro. Com a crise, a importação deste produto diminuiu muito e os preços do café brasileiro caíram. Para que não houvesse uma desvalorização excessiva, o governo brasileiro comprou e queimou toneladas de café. Os cafeicultores se recusavam a diminuir o plantio, em uma atitude muito semelhante a superprodução estadunidense que gerou a crise. 

Para comprar o café, o Governo Brasileiro mergulhou em uma rotina de empréstimos - pegos em uma época em que a taxa de juros, por conta da Grande Depressão, era altíssima. Desta forma, diminuiu a oferta, conseguindo manter o preço do principal produto brasileiro da época. 

Enquanto o Estado Brasileiro se endividava, os cafeicultores investiam no setor industrial, desenvolvendo fracamente a indústria brasileira, já que não eram guiados por um Projeto de Desenvolvimento Nacional.


Queima de café em Santos – SP, patrocinada pelo governo Vargas para tentar aliviar a crise dos produtores, no início dos anos 30.


A fotografia Migrant Mother, de Dorothea Lange, apontada pela revista Life como uma das 100 Fotografias que Mudaram o Mundo. Uma das fotos estadunidenses mais famosas da década de 1930, mostra Florence Owens Thompson, mãe de sete crianças, de 32 anos de idade, em Nipono, Califórnia, março de 1936, em busca de um emprego ou de ajuda social para sustentar sua família. Seu marido havia perdido seu emprego em 1931, e morrera no mesmo ano.

22 julho, 2021

Fascismo na Itália

 


Podcast - AH! Agentes da História - Episódio 09.

Tema: O Fascismo na Itália.

Neste episódio você encontrará informações sobre:

- O que é fascismo?
- O surgimento e desenvolvimento do Fascismo na Itália;
- Principais características: Estado totalitário/Autoritarismo/ Nacionalismo/ Antiliberalismo/ Expansionismo/ Militarismo/ Anticomunismo/ Corporativismo/ Hierarquização da sociedade.
- Biografia resumida: Benito Mussolini.

27 junho, 2021

Primeira Guerra Mundial - Parte 2

 


Podcast - AH! Agentes da História - Episódio 08.

Tema: A Primeira Guerra Mundial - Parte 2.

Neste episódio você encontrará informações sobre:

- As fases da Guerra: Guerra de Movimentos/Guerra de Trincheiras/Nova Guerra de Movimentos; 

- O uso de novas tecnologias; 

- Consequências;

- Liga das Nações.


Se você ainda não viu a parte 1 acesse: 

https://agentesdahistoria.blogspot.com/2021/05/a-primeira-guerra-mundial-parte1.html

03 fevereiro, 2021

O Iluminismo


Tema: O Iluminismo.

(Podcast - AH! Agentes da História - Episódio 04.)

Neste episódio você vai aprender:

- O que foi o Iluminismo;

- Principais pensamentos e pensadores;

- Origem da enciclopédia;

- Quem foram os déspotas esclarecidos;

- influencia do iluminismo na Europa e no mundo.


Bons estudos!

16 junho, 2011

Entenda a Segunda Guerra Mundial



Este é de fato um dos temas de maior produção textual, de filmes, pesquisas e debates nas rodas da História, e não era para menos. A Segunda Guerra Mundial foi a maior tragédia humana já vivida. Este texto é elaborado no intuito de facilitar a visão sobre uma abundância de acontecimentos antes, durante e depois da Segunda Grande Guerra.
Durante, mas principalmente no fim da Primeira Guerra Mundial, nós identificamos a ascensão de uma grande potência mundial, a Anglo-Americana. Caminhando de mãos dadas a partir daí, estão os Estados Unidos da América e a Inglaterra (não tão majestosa como em outros períodos). Com o fim da guerra, encontramos também uma Europa devastada, mas nada se compara a Alemanha, culpada, humilhada e condenada a pagar por todo o prejuízo.

Não tão contente também estava a Itália, que apesar de ter mudado de lado durante a guerra, terminou vencedora, mas sem recompensa alguma. Não podemos esquecer-nos da grande Rússia que passava por uma profunda revolução e experimentava uma nova forma de governar, os proletários e comunismo.
A França, como anfitriã da reunião dos vencedores em Versalhes, garantiu para si a região da Alsácia-Lorena.  O Tratado de Versalhes definiu também a criação de uma instituição para manter toda essa ‘harmonia’ – A Liga Das Nações (que jamais atingiria seu objetivo).
Entre as causas que provocaram a Segunda Guerra Mundial, podemos citar: a nova politica de alianças; os choques ideológicos entre fascismo, nazismo bolchevismo; o inconformismo da Alemanha diante da imposição do Tratado de Versalhes; imperialismo econômico; novo militarismo e armamentismo e a crise econômica de 1929.

A guerra teve início com a invasão da Polônia pelos Alemães em 1 de Setembro de 1939, que provocou a entrada da França e da Inglaterra no conflito.  Os alemães invadiram a Holanda e a Bélgica e atingiram o norte da França, onde obrigaram as tropas inglesas a bater em retirada, em Dunquerque. Os franceses esperavam o ataque alemão na ‘linha Maginot’, que foi contornada pelos inimigos. O general francês Charles De Gaulle, organizou a resistência e Londres.  Em Vichy, o marechal Pétain ficou a frente de um governo considerado ‘colaboracionista’ dos alemães. Dominada a França, Hitler desfechou o ataque aéreo à Inglaterra.

A resistência inglesa, sob a liderança de Winston Churchill concentrava seu programa na ‘vitória a todo custo’. Londres foi bombardeada. A Inglaterra resistiu e a a R.A.F (Real Força Aérea) teve destacado papel nos contra ataques.
Em junho de 1941, a Alemanha nazista invade a URSS. O avanço das tropas alemãs em território russo só é interrompido em 1943, na Batalha de Stalingrado, quando uma contra-ofensiva muda o curso da II Guerra Mundial. Em 1945, a URSS emerge como a segunda maior potência do mundo, submetendo a seu controle todo o Leste Europeu. A economia, no entanto, está arruinada.
Apesar de ter tido 20 milhões de soviéticos mortos, a vitoriosa Rússia emergiu do conflito como segunda potência mundial. Colocou sob seu domínio, a ferro e fogo, os países do Leste Europeu.

Os EUA não queriam entrar diretamente na guerra e adotaram uma política de isolamento e neutralidade, desde o fim da Primeira Guerra Mundial. O presidente Roosevelt solicitou do Congresso a aprovação da ‘lei de empréstimos e arrendamento’ que autorizava a concessão de ajuda material aos aliados contra os nazistas, quando as vitórias dos alemães constituíssem uma ameaça.  No entanto, em 7 de dezembro de 1941, de surpresa, os japoneses, interessados no domínio asiático, atacaram a esquadra americana ancorada em Pearl Harbor, na Ilha do Havaí. Teve início a ‘Guerra do Pacífico’. Em agosto de 1945, os EUA lançaram bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki. No dia 15 de agosto, o Japão rendeu-se incondicionalmente.

Resumidamente podemos dizer que ocorrerá entre 1939 e 1945 o enfrentamento dos Aliados contra o Eixo.
 Os Aliados foram formados pela  União Soviética, os Estados Unidos e o Império Britânico que eram as principais forças. Também somavam forças a China, a Polônia e a França antes da sua queda e após a Operação Tocha, e o Brasil, que foi o único país latino-americano a enviar tropas para os campos de batalha europeus.
As Potências do Eixo eram formadas pela Alemanha, a Itália e o Japão, seus membros se referiam a ele como "Eixo Roma-Berlim-Tóquio". Além destas três nações principais, faziam parte outras menores.

A guerra terminará após o desembarque dos Aliados no Norte da África, na Itália e na Normandia, somado a derrota dos alemães na Rússia e a rendição da Itália. A Alemanha capitulou. O armistício foi firmado no dia 7 de maio de 1945.
A Segunda Guerra Mundial teve inúmeras consequências, no entanto destaca-se o seguinte: divisão do mundo em dois blocos (socialista e democrático); divisão da Alemanha; decadência dos regimes totalitários; emancipação das colônias africanas; grande número de mortos por meio de execuções, assassinatos, fome, doenças (mais de 50 milhões diretamente); uso de armas nucleares, crise econômica, desemprego, agitação social em todo o mundo.

Veja também:








PROFESSOR RAFAEL VICENTE

29 julho, 2010

Entenda a Primeira Guerra Mundial

Alianças estabelecidas na Primeira Guerra Mundial.
Crédito/autor: Heitor Silva dos Santos. @hsd_morning

O séc. XIX foi marcado pela busca de novos territórios e mercados por parte das principais nações europeias. Destaque vai para Alemanha, Grã-Bretanha e França. Durante o séc. XX estas rivalidades se intensificaram, fazendo com que quase todos os países do mundo se envolvessem nestas disputas. Surge a partir daí, a “Grande Guerra”, ou, “Primeira Guerra Mundial”- 1914-1918.

O séc. XIX foi bastante significativo para a Alemanha (nascida em 1871). Após a unificação, liderada pelo primeiro ministro da Prússia, Otto Von Bismarck, a Alemanha se tornou uma das principais potencias industriais do planeta. Isto só foi possível após a conquista da região “Alsácia-Lorena”, que pertencia à França, rica em minério de carvão. No séc. XIX, a Alemanha passou a disputar regiões no continente Africano e Asiático.


Quem não gostou nada de observar esta ascensão, foi a Grã-Bretanha, líder do comércio marítimo e inimiga mortal da agora “nação alemã”. Em uma de suas publicações, um jornal inglês desse período deixa clara tal aversão, “a Alemanha deve ser destruída”. 
Obviamente a França não deixaria barato a derrota na guerra Franco-Prussiana (1870-1871), quando perdeu sua tão preciosa Alsácia-Lorena. A inimizade entre esses países vizinhos já era antiga.
Ao mesmo tempo, havia a Rússia com projetos expansionistas. Chegamos, portanto, a região dos Balcãs, território habitado por povos eslavos (grupo lingüístico). Envolvem-se sérvios, poloneses, tchecos, eslovacos, búlgaros, servo-croatas, ucranianos e os próprios russos. Os povos eslavos estavam sob o poder do Império Austro-Húngaro e o Império Turco. A Rússia tomava para si o direito de defender a todos estes. 
Japão e Estados unidos também estavam com pretensões expansionistas, ou seja, o jogo de guerra estava pronto, alguém precisaria dar o “start”.
Após o período conhecido como “paz armada” (1871-1914) e a formação de Alianças (Tríplice Aliança: Alemanha, Itália e Império Austro-Húngaro / Tríplice Entente: Inglaterra, França e Rússia.), o assassinato do herdeiro austro-húngaro, Francisco Ferdinando e sua esposa em visita diplomática a Sarajevo, na Bósnia, serviu como marco inicial do conflito (26/06/1914). O autor dos disparos foi Gavrilo Princip um estudante sérvio da Bósnia e autodeclarado nacionalista iugoslavo ligado a organização conhecida como “Mão Negra”.


Depois de um mês a Áustria-Hungria declara guerra a Sérvia, acusando-a de favorecer o atentado. A reação em cadeia foi imediata, em uma semana, os blocos rivais estavam em guerra.
Durante agosto a novembro de 1914, os alemães marcharam em duas frentes de batalha, ocidental (contra franceses, ingleses e belgas) e oriental (contra os russos). Esta foi a primeira fase da guerra – chamada “guerra de movimento”. Sem vitórias decisivas para ambos os lados na frente ocidental, o conflito estagna, dando inicio a segunda fase da guerra - “a guerra de trincheiras”, cujo objetivo era o de firmar posições.
Do lado oriental as coisas foram bem para os alemães, que venceram inúmeras batalhas contra o despreparado exército russo. No entanto perderam inúmeras colônias na Ásia para os japoneses.
Na primeira guerra mundial nós tivemos a estreia das novas armas – metralhadoras, gases venenosos, tanques, submarinos, aviões, e lança-chamas. O combate corpo a corpo já não era mais tão necessário. Adeus definitivo a “Belle Époque” (período caracterizado pelo otimismo e certeza da estabilidade e paz duradoura através da total capacidade humana e inventar e criar novos produtos).


Em 1915, a Itália deixa a Tríplice Aliança e passa para o lado da Entente. Em 1917, a Alemanha adota a guerra submarina afundando qualquer navio encontrado em águas inimigas. Destaque vai para o navio norte-americano Lusitânia e o navio brasileiro Paraná, afundados pela Alemanha. Neste mesmo ano, estes dois e também outros países americanos entram na guerra ao lado da Entente. 
No fim de 1917, a Rússia assina, esgotada, um tratado de paz com a Alemanha. A partir daí a Alemanha volta toda sua força para frente ocidental, dando inicio a terceira fase da guerra - “uma nova guerra de movimento(1918)”.
No entanto, ao entrar na guerra, os Estados Unidos propiciaram a Entente e seus aliados, vantagens decisivas com seu apoio financeiro e material.
O ano de 1918 não foi favorável aos alemães. Tiveram pesadas derrotas e o surgimento de uma revolta interna. Exausta, a Alemanha é proclamada república após a renúncia de seu imperador e assina a declaração de cessar fogo. Fim de jogo, a Alemanha sai derrotada. 
Obrigados a assinar o Tratado de Versalhes (que impunham uma série de restrições incluindo a devolução da Alsácia-Lorena a França) os alemães atolaram-se cada vez mais em sua grave crise social, econômica e política. Isso alimentará grande ódio e repulsa as nações vencedoras, o que nos levará inevitavelmente a uma segunda guerra mundial. 
O saldo trágico da Primeira Guerra Mundial foi de cerca de 9 milhões de mortos e 20 milhões de mutilados. 


O mundo não era mais o mesmo, o mapa europeu é alterado e surgem novas potências, sendo os Estados Unidos a maior delas. Novas armas, novas doenças, novos preconceitos, imperfeições aprimoradas. Para lidar com tudo isso, em 1919 é formada a Liga das Nações.

Rafael Vicente
Prof. de História