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18 outubro, 2023

A História do Halloween: Das Tradições Celtas às Festas Modernas.

Bruxas e fantasmas, abóboras e fogueiras, gostosuras ou
travessuras. É fácil identificar as características básicas do
Halloween. Mas o que está por trás dessa e de
outras comemorações semelhantes? 


O Halloween, também conhecido como Dia das Bruxas, é uma das celebrações mais icônicas do calendário, com uma história curiosa que se estende por séculos. Originando-se nas tradições celtas da Irlanda e Escócia, o Halloween evoluiu ao longo do tempo para se tornar uma festa cheia de "diversão, travessuras, e fantasias", enquanto ainda mantém algumas das suas raízes misteriosas e supersticiosas.

Origens Celtas

No Brasil é popular a celebração do
dia 2 de novembro em honra aos mortos.
A história do Halloween começa com os antigos celtas, que celebravam uma festa chamada "Samhain" (pronuncia-se "sou-en"), que marcava o fim da colheita e o início do inverno. Para os celtas, Samhain era um momento de transição, em que o véu entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos se tornava tênue. Eles acreditavam que os espíritos dos mortos podiam voltar à Terra nessa época, trazendo consigo boa ou má sorte. Para afastar os espíritos malignos, os celtas acendiam fogueiras e usavam máscaras assustadoras.

Cristianização do Samhain

Com a expansão do Cristianismo, o Samhain foi assimilado na tradição cristã. No século VII, o Papa Bonifácio IV designou o Dia de Todos os Santos (All Saints' Day) em 1º de novembro para homenagear os santos, e o Dia de Finados em 2 de novembro para orar pelos mortos. Essas datas coincidiram com o Samhain, permitindo que as tradições celtas se misturassem com as celebrações cristãs.

Halloween na América

O Halloween foi trazido para os Estados Unidos por imigrantes irlandeses no século XIX. Lá, a celebração do Halloween evoluiu significativamente. Elementos como abóboras esculpidas (as famosas "jack-o'-lanterns") substituíram os nabos e batatas usados na Irlanda, e a tradição das "travessuras ou gostosuras" se tornou popular, onde crianças se fantasiam e pedem doces de porta em porta.

O Halloween Moderno

Hoje, o Halloween é uma festa amplamente comercializada e global, celebrada em muitos países ao redor do mundo. As festas de Halloween apresentam fantasias elaboradas, decorações assustadoras, casas mal-assombradas e uma abundância de doces. As tradições incluem contos de terror, filmes de terror e a busca pelo temido "truque" caso os doces não sejam oferecidos.

Essa história intrigante do Halloween nos lembra que mesmo a partir de rituais antigos e superstições consideradas pagãs pelos cristãos, essas tradições foram incorporadas, compartilhadas e celebradas por muitos em todo o mundo. No entanto, muitos também preferem não participar dessas festividades.

Fontes:

Hutton, Ronald. (1996). "The Stations of the Sun: A History of the Ritual Year in Britain." Oxford University Press.

Rogers, Nicholas. (2002). "Halloween: From Pagan Ritual to Party Night." Oxford University Press.

Santino, Jack. (1994). "Halloween and Other Festivals of Death and Life." University of Tennessee Press.

Skal, David J. (2002). "Death Makes a Holiday: A Cultural History of Halloween." Bloomsbury USA.

Thompson, Sue Ellen. (2019). "Halloween: The History of America's Darkest Holiday." Oxford University Press.

Guiley, Rosemary Ellen. (2007). "The Encyclopedia of Witches, Witchcraft and Wicca." Checkmark Books.

Adams, Amanda. (2010). "The Official Halloween Handbook." Gibbs Smith.

Karen, Ann. (2000). "Halloween Nation: Behind the Scenes of America's Fright Night." Pelican Publishing.


24 junho, 2023

A Origem das Festas Juninas e Julinas: Tradições Brasileiras e Além.

Festa de São João, por Jules Breton (1875).

As festas juninas e julinas são celebrações populares amplamente realizadas em todo o Brasil, que reúnem música, danças típicas e comidas tradicionais. Embora sejam eventos com raízes profundas na cultura brasileira, a origem das festas juninas e julinas remonta a tradições antigas, que se espalharam pelo mundo. Neste artigo, exploraremos a história dessas festividades, tanto no Brasil como em outras partes do mundo.

Origem das Festas Juninas

As festas juninas têm origem na Europa, com raízes em celebrações pagãs que ocorriam no período de solstício de verão, marcado pelo dia mais longo do ano. Essas festividades eram realizadas para homenagear divindades pagãs e para celebrar a colheita abundante no período.

Com a cristianização dessas regiões, a Igreja Católica procurou substituir as festas pagãs por celebrações religiosas. Assim, a festa pagã do solstício de verão foi adaptada para comemorar o "nascimento de São João Batista", que ocorre em 24 de junho. As festas juninas, então, passaram a ter um caráter religioso, mas mantendo elementos das celebrações pagãs, como fogueiras, danças e comidas típicas.

Festas Juninas no Brasil

As festas juninas chegaram ao Brasil por meio dos colonizadores portugueses durante o período colonial. No entanto, ao longo dos séculos, a cultura brasileira incorporou elementos de diversas tradições, como a indígena e a africana, ampliando ainda mais as festividades.

Atualmente, as festas juninas são celebradas em todo o país, mas com algumas particularidades regionais. No Nordeste, por exemplo, as festas são mais intensas e mantêm tradições mais arraigadas, com danças como o forró, quadrilhas, bandeirinhas coloridas e muitas comidas típicas, como o milho cozido, canjica, pamonha e o tradicional bolo de milho.

Bandeirinhas coloridas de festa junina.

Origem das Festas Julinas

As festas julinas são uma extensão das festividades juninas e têm sua origem nas celebrações católicas em honra a São Pedro e São Paulo, que ocorrem em 29 de junho. Essas festas também foram adaptadas para incorporar elementos das celebrações pagãs do solstício de inverno no hemisfério sul, que ocorre por volta de 21 de junho.

Assim como as festas juninas, as festas julinas são marcadas por fogueiras, danças típicas, barraquinhas de comidas e jogos tradicionais.

Festas Julinas no Brasil

As festas julinas são celebradas em várias regiões do Brasil, principalmente no Sudeste e no Sul. Embora tenham elementos semelhantes às festas juninas, elas apresentam algumas diferenças, como a ênfase em pratos típicos diferentes. Enquanto nas festas juninas os quitutes à base de milho são os protagonistas, como canjica, pamonha e bolo de milho, nas festas julinas é comum encontrar uma variedade maior de pratos à base de amendoim, como paçoca, pé de moleque e pipoca doce.

Além disso, as festas julinas também costumam incorporar elementos do folclore caipira, como a dança da quadrilha, em que os participantes se vestem a caráter e seguem coreografias tradicionais. As músicas também são características desse período, com a presença de instrumentos como viola caipira e sanfona, que dão o ritmo às festividades. Outra peculiaridade das festas julinas no Brasil é a realização de concursos de trajes típicos.

Conclusão

Embora sejam eventos populares e cheios de tradição, algumas práticas presentes nessas festas podem levantar questões importantes.  Abordar essas celebrações com um olhar crítico deve ser considerado.

Por exemplo, é necessário refletir sobre a apropriação cultural que pode ocorrer nessas festas, especialmente quando elementos das culturas indígena e africana são incorporados sem o devido respeito e compreensão de sua origem e significado. Além disso, é fundamental considerar o impacto ambiental causado pelas queimas de fogueiras e a produção excessiva de resíduos decorrentes dessas festividades.

Outra questão a ser ponderada é a influência do consumismo nas festas juninas e julinas. Esses eventos são explorados comercialmente, promovendo a venda de produtos industrializados e incentivando o consumo excessivo.

Portanto, ao considerar a participação em festas juninas e julinas, é necessário refletir sobre suas origens e as questões mencionadas.


Fontes:

Santos, Márcia Regina. "As festas juninas no Brasil: História e significado". Revista de Estudos e Pesquisas sobre as Américas, vol. 12, nº 1, 2018.

Oliveira, Valmir Batista de. "A origem das festas juninas e sua influência na cultura brasileira". Revista Brasil Acadêmico, vol. 5, nº 10, 2018.

Vieira, João Carlos. "Festas Juninas: Aspectos culturais, religiosos e gastronômicos". Editora Vozes, 2015.

Fontes, Jorge. "Festas Juninas e Festas Julinas: História, tradição e diversidade". Editora Brasiliense, 2019.

Sánchez, Fernando. "La fiesta de San Juan: Origen y tradición en España". Ediciones Cátedra, 2016.

González, Nélida. "Las fiestas de San Pedro y San Pablo: Origen y significado en América Latina". Ediciones Akal, 2017. 

23 junho, 2023

O que significa "cultura pagã", "pagão" ou "paganismo"?

Representação de 1887 de duas
mulheres romanas oferecendo
um sacrifício à deusa Vesta.
A cultura pagã refere-se a uma variedade de sistemas de crenças e práticas religiosas que existiam antes da expansão do cristianismo e de outras religiões majoritárias. O termo "pagão" deriva do latim "paganus", que significa "camponês" ou "habitante rural". Inicialmente, era utilizado para se referir às pessoas que viviam em áreas rurais e que mantinham suas crenças e rituais tradicionais, em contraste com a religião cristã, que se espalhava principalmente nas áreas urbanas.

A cultura pagã abrange um amplo espectro de tradições religiosas e espirituais que se desenvolveram em diferentes partes do mundo, como as religiões greco-romanas antigas, a mitologia nórdica, as religiões celtas, a tradição wicca e muitas outras. Essas tradições compartilham certas características, como a reverência à natureza, a conexão com os ciclos sazonais, a crença em múltiplos deuses e a prática de rituais e magia.

Uma das características distintivas da cultura pagã é a ausência de uma autoridade religiosa centralizada ou de um conjunto dogmático de crenças. Cada tradição pagã pode ter suas próprias interpretações e práticas específicas, adaptadas às necessidades e à visão de mundo de seus seguidores. 

É importante destacar que o termo "paganismo" foi usado originalmente pelos primeiros cristãos para se referir às tradições religiosas não cristãs, muitas vezes com uma conotação pejorativa. No entanto, nos tempos modernos, muitos praticantes dessas tradições adotaram o termo como uma forma de identificação positiva e afirmativa de suas crenças e práticas.

Atualmente, a cultura pagã engloba uma ampla variedade de tradições espirituais e religiosas que valorizam a conexão com a natureza, a busca de uma espiritualidade pessoal e a celebração dos rituais sazonais. Para muitos pagãos, essa cultura representa uma alternativa às religiões estabelecidas e oferece uma maneira de se reconectar com tradições ancestrais, honrar as divindades e viver em harmonia com o mundo natural.


Fontes:
Hutton, Ronald. The Stations of the Sun: A History of the Ritual Year in Britain. Oxford University Press, 1996.
Eliade, Mircea. The Sacred and the Profane: The Nature of Religion. Harcourt Brace Jovanovich, 1959.
Luhrmann, Tanya M. Persuasions of the Witch's Craft: Ritual Magic in Contemporary England. Harvard University Press, 1989.
Camargo, Eliane. Festas Tradicionais do Brasil. Editora Melhoramentos, 2013.

12 junho, 2023

A Origem do Dia dos Namorados

O Dia dos Namorados é encarado como uma data especial e celebrada por casais ao redor do mundo, mas você já parou para se perguntar como essa tradição começou? Neste artigo, vamos embarcar em uma viagem histórica para descobrir a origem do Dia dos Namorados, tanto no Brasil quanto em outras partes do mundo.


Origem do Dia dos Namorados no Mundo

Representação da Lupercalia

A história do Dia dos Namorados remonta ao Império Romano, onde um festival chamado "Lupercalia" era celebrado em meados de fevereiro. Essa festividade pagã era dedicada à fertilidade e ao amor, e acredita-se que tenha influenciado a forma como o Dia dos Namorados é celebrado hoje.

No século V, a Igreja Católica tentou cristianizar a Lupercalia e transformá-la em uma festa religiosa. O papa Gelásio I declarou o dia 14 de fevereiro como o Dia de São Valentim, em homenagem a um santo mártir chamado Valentim. No entanto, a conexão entre São Valentim e o amor romântico só começou a se solidificar nos séculos seguintes.

Durante a Idade Média, acreditava-se que o dia 14 de fevereiro era o início da temporada de acasalamento para os pássaros, o que contribuiu para a associação do dia com o amor. A tradição de trocar mensagens e presentes entre amantes nessa data começou a se popularizar, especialmente na França e na Inglaterra.


Origem do Dia dos Namorados no Brasil

No Brasil, o Dia dos Namorados é comemorado em 12 de junho. A escolha dessa data está diretamente ligada à figura de Santo Antônio, um dos santos mais populares do país e considerado o "santo casamenteiro". Acredita-se que a data tenha sido escolhida para aumentar as vendas no mês de junho, período considerado fraco para o comércio.

A ideia de estabelecer um dia específico para celebrar o amor surgiu em meados da década de 1940, quando o publicitário João Dória trouxe a inspiração do Dia dos Namorados celebrado em 14 de fevereiro nos Estados Unidos. Dória propôs a data de 12 de junho, véspera do Dia de Santo Antônio, como uma oportunidade para os casais expressarem seu amor e também para aquecer as vendas.

A proposta de João Dória foi abraçada pelos comerciantes, que viram no Dia dos Namorados uma excelente oportunidade para impulsionar as vendas de presentes românticos. Desde então, a data se tornou um marco no calendário brasileiro, com casais trocando presentes, jantares românticos e demonstrações de afeto.

Conclusão

A história do Dia dos Namorados nos leva a uma jornada através do tempo, revelando as influências do Império Romano, da Igreja Católica e das tradições culturais em diferentes partes do mundo. Embora sua origem esteja enraizada em tradições antigas, o Dia dos Namorados continua a evoluir e se adaptar às mudanças culturais e comerciais ao longo dos anos.

Portanto, independente de datas, presentes ou pressão popular, devemos valorizar a pessoa amada todos os dias do ano. Que não só esse, mas todos os dias sejam repletos de amor, felicidade e momentos memoráveis ao lado da pessoa que faz seu coração bater mais forte. Afinal, o amor é uma força universal que transcende fronteiras e que merece ser celebrada todos os dias.




Fontes:

GIL, Luiz Antonio. Dia dos Namorados: Uma Construção Publicitária. In: VI Congresso Internacional de História. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2010.

FONSECA, Marlene. A construção de datas comemorativas no Brasil. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 24, n. 48, p. 331-354, 2004.

FEBRABAN. Origem do Dia dos Namorados no Brasil. Disponível em: https://portal.febraban.org.br/noticia/3443/pt-br/. Acesso em: 10 de setembro de 2021.

MENDONÇA, Francisco. O dia dos namorados: uma reflexão sociológica. In: XXV Encontro da ANPOCS. Caxambu: Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, 2001.

SCHMITT, Juliana Borges; COLAÇO, Veridiana Melo. A construção do Dia dos Namorados no Brasil: uma análise dos anúncios publicitários. Anais do Seminário de Pesquisa em Comunicação, XXIX, 2011.

05 março, 2012

Histórico da Cruz


A palavra 'Cruz' vem do latim 'Crux' e é entendida por muitos como instrumento de tortura no qual Jesus foi morto.

 É o símbolo mais comum do cristianismo, embora a cruz (com duas vigas), nunca tenha sido relatada no Novo Testamento.
  
A palavra grega traduzida é stau-rós, que no grego clássico significa apenas uma estaca reta
Foi cerca de 300 anos depois da morte de Cristo que alguns professos cristãos promoveram a ideia de que ele morreu numa cruz de duas vigas. Mas essa ideia se baseava na tradição e no uso errado da palavra grega stau·ros. É digno de nota que alguns desenhos antigos, que retratam execuções romanas, mostrem um único poste de madeira ou uma árvore.
O escritor e arqueólogo católico-romano Adolphe-Napoleon Didron disse: 

“A cruz tem sido adorada de forma similar, se não igual, à forma como se adora a Cristo; esse santo lenho é adorado quase da mesma maneira em que se adora o próprio Deus.”

Um Imperador romano preparava-se para a batalha e achou que precisava da ajuda dos deuses. Segundo tal estória, ele viu uma luz brilhante no céu, em forma duma cruz, e, junto com ela, as seguintes palavras: “Com este vencerás.” Adotando este sinal como estandarte para seu exército, passou a obter uma série de vitórias cruciais que o levaram a se tornar o único governante do Império Romano, em 324 EC. O herói desta estória famosa foi Constantino Magno. Desde aquele tempo, a Igreja Romana tornou-se a religião oficial do império e cresceu rápido em prestígio, popularidade e poder. Ao mesmo tempo, a cruz tornou-se o símbolo oficial da igreja — gradualmente veio a adornar prédios religiosos, foi erguida no alto de colinas e de montes, em cruzamentos e em praças públicas. Veio a ser pendurada nas paredes das casas e portada nos pescoços de milhões de pessoas.
Na realidade, há muitos tipos diferentes de cruzes. Observe:



É possível detectar a presença da cruz, seja de forma religiosa, mística ou esotérica, na história de povos distintos (e distantes) como os egípcios, celtas, persas, romanos, fenícios e índios americanos.