04 agosto, 2021

Crise de 1929 e seus efeitos no Brasil

A crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi a maior crise financeira da história dos Estados Unidos. Teve início em 1929 e durou cerca de uma década. O dia 24 de outubro de 1929 é considerado popularmente o início da Grande Depressão.        
A Grande Depressão é considerada o pior e o mais longo período de recessão econômica do sistema capitalista do século XX. Este período de depressão econômica causou: 

  • quedas drásticas do produto interno bruto de diversos países;
  • quedas drásticas na produção industrial;
  • queda de 50% do salário médio no setor industrial;
  • altas taxas de desemprego; 
  • queda nas exportações;
  • drástica diminuição de empréstimos internacionais;
  • falência de milhares de empresas e instituições bancárias;
  • queda dos preços de ações;
  • milhões de pessoas perderam o patrimônio investido na bolsa;
  • pessoas se suicidaram.
A Crise de 1929 foi precipitada pela quebra da bolsa de valores de Nova York, em 29 de outubro daquele ano, conhecido como "Quinta-Feira Negra". O colapso do mercado de ações foi apenas o gatilho para uma série de eventos que revelaram as fragilidades do sistema econômico da época. A especulação desenfreada, o excesso de endividamento, a desigualdade social e a falta de regulamentação financeira foram alguns dos fatores que contribuíram para a crise.

Como resultado, a economia dos Estados Unidos mergulhou em uma profunda recessão. O desemprego disparou, chegando a atingir mais de 25% da força de trabalho. As empresas faliram, os agricultores perderam suas terras e muitas pessoas perderam suas economias. O impacto foi sentido em todo o mundo, pois o comércio internacional foi afetado, levando a uma desaceleração econômica global.

Foi nesse contexto desolador que o presidente Franklin D. Roosevelt assumiu o cargo em 1933 e lançou o New Deal. O New Deal foi um programa abrangente de reformas e medidas de estímulo econômico que buscavam combater os efeitos da Grande Depressão e estabilizar a economia dos Estados Unidos. Foi baseado em três pilares principais: recuperação econômica, reformas financeiras e assistência social.

No que diz respeito à recuperação econômica, o New Deal implementou uma série de programas e políticas voltados para a criação de empregos e a revitalização da indústria. Obras públicas foram financiadas para gerar empregos, como a construção de estradas, pontes e edifícios governamentais. Além disso, foram estabelecidas agências como a Administração de Obras Públicas (Public Works Administration) e a Corporação de Reconstrução Financeira (Reconstruction Finance Corporation) para fornecer empréstimos e apoio financeiro às empresas em dificuldades.

Em termos de reformas financeiras, o New Deal introduziu regulamentações mais rigorosas para evitar excessos e abusos no setor financeiro. Foi criada a Comissão de Valores Mobiliários (Securities and Exchange Commission) para supervisionar o mercado de capitais, bem como a Lei de Reforma Bancária (Banking Act), que estabeleceu o seguro federal de depósito e restringiu as atividades especulativas dos bancos.

Por fim, o New Deal também abordou a questão da assistência social, criando programas de seguro-desemprego, pensões para aposentados e benefícios para pessoas com deficiência. O objetivo era fornecer uma rede de segurança para os cidadã.

Como ficou a situação do Brasil?

A crise de 1929 afetou também o Brasil. Os Estados Unidos eram o maior comprador do café brasileiro. Com a crise, a importação deste produto diminuiu muito e os preços do café brasileiro caíram. Para que não houvesse uma desvalorização excessiva, o governo brasileiro comprou e queimou toneladas de café. Os cafeicultores se recusavam a diminuir o plantio, em uma atitude muito semelhante a superprodução estadunidense que gerou a crise. 

Para comprar o café, o Governo Brasileiro mergulhou em uma rotina de empréstimos - pegos em uma época em que a taxa de juros, por conta da Grande Depressão, era altíssima. Desta forma, diminuiu a oferta, conseguindo manter o preço do principal produto brasileiro da época. 

Enquanto o Estado Brasileiro se endividava, os cafeicultores investiam no setor industrial, desenvolvendo fracamente a indústria brasileira, já que não eram guiados por um Projeto de Desenvolvimento Nacional.


Queima de café em Santos – SP, patrocinada pelo governo Vargas para tentar aliviar a crise dos produtores, no início dos anos 30.


A fotografia Migrant Mother, de Dorothea Lange, apontada pela revista Life como uma das 100 Fotografias que Mudaram o Mundo. Uma das fotos estadunidenses mais famosas da década de 1930, mostra Florence Owens Thompson, mãe de sete crianças, de 32 anos de idade, em Nipono, Califórnia, março de 1936, em busca de um emprego ou de ajuda social para sustentar sua família. Seu marido havia perdido seu emprego em 1931, e morrera no mesmo ano.

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