A Idade das "Trevas" (Média)


Quando falamos em Idade Média, é quase impossível não se lembrar daquela antiga definição que costuma designar esse período histórico como sendo a “Idade das Trevas”. Geralmente, este tipo de conceituação pretende atrelar uma perspectiva negativista ao tempo medieval, como sendo uma experiência de pouco valor e que em nada pôde acrescer ao “desenvolvimento” dos homens.
Para entendermos tamanha depreciação, é necessário que investiguemos os responsáveis pela crítica à Idade Média. 
Foi durante o Renascimento, movimento intelectual do período Moderno, que observamos a progressiva consolidação desta visão histórica. Para os renascentistas, o expresso fervor religioso dos medievais representou um grave retrocesso para a ciência.
Seguindo esta linha de pensamento, vemos que a Idade Média é simplificada à condição de mero oposto aos ditames e valores que dominaram a civilização greco-romana. Não por acaso, os renascentistas se colocavam na posição de sujeitos que se deram o trabalho de “sequenciar” o conjunto de traços culturais, estéticos e científicos que foram primados na Antiguidade Clássica e “melancolicamente” abandonados entre os séculos V e XV.
Entretanto, um breve e mais atento olhar ao mundo medieval nos revela que estas considerações estão distantes dos vários acontecimentos dessa época. Afinal de contas, se estivessem vivendo nas “trevas”, como seriam os medievais os responsáveis pela criação das primeiras universidades? Essa seria apenas uma primeira questão que pode colocar a Idade Média sob outra perspectiva, mais coerente e despida dos vários preconceitos perpetuados desde a Idade Moderna.
O desenvolvimento da cultura cristã, as heresias, as peculiaridades de um contexto político descentralizado, a percepção do tempo no interior dos feudos, as festas carnavalescas são apenas um dos temas que podem revelar claramente que esse vasto período histórico é bem mais complexo e interessante. Ainda há tempo para que estas e outras luzes permitam a reconstrução que os tempos medievais, de forma bastante justa, merecem.

Conceito

A Idade Média, também conhecida como Período Medieval, corresponde ao período da história europeia que se inicia com a desintegração do Império Romano do Ocidente e que finda no séc. XV.
As principais características da Idade Média foram a chegada dos povos bárbaros (germânicos), a consolidação do feudalismo e a expansão do cristianismo.
As invasões bárbaras germânicas e o seu estabelecimento dentro das fronteiras do Império Romano do Ocidente precipitou o fim do império (a queda de Rômulo Augusto, último imperador do Ocidente, deu-se no ano de 476) e deu lugar ao surgimento de diversos reinos no princípio do séc. V, os quais evoluíram e deram lugar às monarquias medievais europeias. Os ostrogodos, um desses povos germânicos, liderados por Teodorico, estabeleceram-se em Itália e deram origem a um dos mais importantes reinos europeus dos séc. V e VI. Nos finais do séc. V, os francos, outro povo germânico, funda outro reino no interior do antigo Império Romano. Posteriormente, o seu rei Clodoveu, convertido ao cristianismo, atrai a população da antiga gália e junta gauleses com francos, dando origem a um dos reinos mais poderosos da Europa. Na Península Ibérica, os visigodos fundam outro reino próspero que, contudo, viria a sucumbir no séc. VIII com as invasões muçulmanas. Na Grã-Bretanha foram os anglos e os saxões que em meados do séc. V invadiram a ilha, obrigando os bretões, seus antigos habitantes, a refugiarem-se na Cornualha, em Gales e na Escócia. Todos estes reinos surgidos no Ocidente deram uma nova fisionomia à Europa, cada qual com a sua identidade própria mas mantendo alguma herança do antigo Império Romano com sejam a ordem e o direito.
   
Alta Idade Média e Baixa Idade Média
A Idade Média pode ser dividida em duas fases principais: a Alta Idade Média que se estende desde a formação dos reinos germânicos no séc. V até à consolidação do feudalismo entre os séc. IX e XII; e a Baixa Idade Média, que dura até ao séc. XV, e que se caracterizou pelo crescimento das cidades, expansão territorial e forte desenvolvimento do comércio.

Para saber mais...

Verifique as fontes na página de referências bibliográficas.

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